(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

2.6.13

Conquistas

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Sempre que vejo filmes americanos chego à conclusão que lutar contra os maus da fita que eles inventam é a coisa mais fácil do Mundo. Eles são tão completamente maus e tão desprovidos de qualquer sopro de bondade que, ao serem pulverizados, ninguém fica com remorsos.
A parte lixada da vida é que muito dificilmente encontramos maus completamente maus, sem qualquer sopro de bondade. De facto a grande maioria das pessoas é feita predominantemente de bondade (já me têm tentado provar o contrário mas recuso-me a aceitar). E mesmo que nos deparemos com alguém maioritariamente mau não temos a legitimidade (a menos que haja vidas em risco, claro) de o/a pulverizar. Devemos sim, se possível, tentar estimular a sua parte boa para que se expanda.
E quanto a nós próprios? Como devemos lidar com a dualidade de bom e mau que todos temos? Fazer como o Dr. Jekyll fez, no romance de Robert Louis Stevenson, e despertar o Mr. Hyde que há em nós para acabar com ele? Não me parece boa ideia. O ser humano tende à bondade. O ser humano tem a obrigação de lutar convictamente pela expansão do seu lado bom e pelo esbatimento da sua negritude num cinzento mais clarinho, que passe a ocupar menos espaço. Só no meio desta batalha começaremos a ganhar a força de lutar também pela expansão da bondade alheia.

Ana Amorim Dias

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