(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

20.10.13

A mensagem

A mensagem

Estávamos os dois na sala, espalhados pelos sofás, sem prestar muita atenção à televisão.
O telefone soou com convicção.
- Isto é o som do teu?-
- Não. E do teu também não...-
Olhei melhor. Estendi a mão, peguei no telefone do Tomás e li: tem 1 mensagem nova de "menina x" (a menina X tinha nome, mas prefiro manter-me em "segurança" e não o escrever aqui). Passei o telefone ao Ricardo que sorriu e o colocou de volta no sítio.
- Já começa...- foi tudo o que disse.

Quando entrou em casa, o Tomás agarrou no telefone e atirou-se para o sofá... e eu a observar a cena com olhos de predador. Olhou. Pousou. Inclinou a cabeça para trás e esboçou uma amostra de sorriso corado. Voltou a olhar mas sem abrir a mensagem.
- Tomás! Tomáhás! Quem é a "menina X"? - perguntei como se fosse sua irmã mais nova.
- OH MÃEE!!- e riu-se, feliz.

Curiosamente não me estou a lembrar de nenhuma analogia, alegoria ou metáfora na qual possa introduzir este episódio. Se calhar é mesmo assim; se calhar há situações e momentos em que nada mais há a dizer: basta ficar num silêncio feliz... a observá-los a crescer.

Ana Amorim Dias

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