A mensagem
Estávamos os dois na sala, espalhados pelos sofás, sem prestar muita atenção à televisão.
O telefone soou com convicção.
- Isto é o som do teu?-
- Não. E do teu também não...-
Olhei melhor. Estendi a mão, peguei no telefone do Tomás e li: tem 1 mensagem nova de "menina x" (a menina X tinha nome, mas prefiro manter-me em "segurança" e não o escrever aqui). Passei o telefone ao Ricardo que sorriu e o colocou de volta no sítio.
- Já começa...- foi tudo o que disse.
Quando entrou em casa, o Tomás agarrou no telefone e atirou-se para o sofá... e eu a observar a cena com olhos de predador. Olhou. Pousou. Inclinou a cabeça para trás e esboçou uma amostra de sorriso corado. Voltou a olhar mas sem abrir a mensagem.
- Tomás! Tomáhás! Quem é a "menina X"? - perguntei como se fosse sua irmã mais nova.
- OH MÃEE!!- e riu-se, feliz.
Curiosamente não me estou a lembrar de nenhuma analogia, alegoria ou metáfora na qual possa introduzir este episódio. Se calhar é mesmo assim; se calhar há situações e momentos em que nada mais há a dizer: basta ficar num silêncio feliz... a observá-los a crescer.
Ana Amorim Dias
Sem comentários:
Enviar um comentário