(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

16.6.13

Perfeição

Perfeição

Entrei nele com calma. Tinha estado a correr na areia dura da maré baixa. As gotas de suor contra a frio acentuado da água. O ritmo cardíaco forte contra a paz que o tranquilo mar me traz.
Mergulhei. Uma e outra vez. Nadei um pouco. Voltei para águas pouco profundas e deitei-me, submersa, embalada pelas minúsculas ondas, pensando que para a perfeição só me faltava a música.
O minimalismo é um exercício cada vez mais difícil num mundo assolado por complexidades crescentes. E é nestes momentos perfeitos, de uma simplicidade absoluta, que me consciencializo novamente do óbvio: tudo o que possuímos mesmo são momentos. Momentos e a aprendizagem a que o cérebro e a alma se dedicam. Tudo o resto apenas podemos usufruir. Melhor ou pior. Com mais ou menos esforço. Durante mais ou menos tempo. Com maior ou menor sabedoria. Tudo o resto apenas vale pelos momentos que proporciona e pelo que contribui para a nossa construção interior.
Agora vou-me. De novo para a perfeita união do corpo com o mar. De novo para o baile da alma com a simplicidade.

Ana Amorim Dias

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