Lutando com monstros
- Depressa, mãe!-
- Hã?- estava a ouvir música com fones e não o escutei à primeira.
- Passa-me aí o comando! Tenho que mudar depressa, mãe!-
Assim que levantei os olhos entendi-lhe o pânico: era a casa dos segredos.
- Tu já viste isto?- perguntou-me uma amiga, à espera de opinião sobre como lidar com uma pessoa complicada que lhe acabara de mandar uma mensagem feia.
- Ignora, querida. Em absoluto. Caso contrário só estás a fazer mal a ti mesma e a alimentar a insanidade alheia. Não respondas!-
Lutamos constantemente com todo o tipo de monstros e, de facto, durante cada batalha, temos que estar bem vigilantes por forma a não nos tornarmos, nós também, um pouco monstruosos.
É tão fácil deixarmos que a raiva, a frustração, a inveja, o desalento e mil outras monstruosas características nos invadam e comecem a dominar desde dentro que, se não nos acautelarmos, depressa fazem de nós seus reféns.
O ideal é conseguir evitar contactar com monstros, tal como o Tomás sabiamente ontem fez ao mudar de canal. Mas quando os monstros se colocam mesmo à nossa frente, fazendo com que a luta seja inevitável, mais vale que usemos a única "arma" eficaz: uma monstruosa inocência!
Ana Amorim Dias
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