(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.10.13

Ironias

Ironias

Procurei por todos os sítios possíveis mas, como é óbvio, não encontrei nenhum. É o que dá quando temos aversão a algo. Mas chovia a cântaros e, farta de levar com chuva no lombo a semana inteira, decidi render-me momentaneamente ao óbvio.
Conduzi debaixo de um dilúvio até Castro Marim e, como tinha oito minutos até ao toque de saída do Tomás, parei à porta da loja e comprei um guarda-chuva. Cinco minutos depois a natureza mostrou-me a língua: o céu limpou e um sol radioso iluminou uma atmosfera límpida e vibrante.

Às vezes dou por mim a rir das ironias da vida. Por exemplo: como é que uma pessoa que tanto ama viajar, detesta tão intensamente fazer malas? Ou porque é que, tanto amando as pessoas em geral, tenho uma necessidade tão gritante de, constantemente, estar a sós?
Serão as ironias da vida, lições que temos de decifrar? Servirão realmente elas para nos ensinar alguma coisa, ou existirão simplesmente para zombar das nossas vontades?
Quase aposto que as ironias, como tudo o resto, existem para nos fazer aprender algo mais. O que ainda continuo a tentar decifrar é o que é que cada uma em si encerra para me fazer evoluir.
Entretanto, enquanto vou pensando no caso, terei que ir fazer a mala!
...Ou então fica para depois: é que não me apetece mesmo nada e ainda tenho tempo!

Ana Amorim Dias

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