(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

8.9.13

Novas éticas

Novas éticas

Costumava adorar as festanças. Não é que já não goste, entenda-se, mas nos dias que correm acho que qualquer pessoa minimamente zelosa da sua imagem tem que pensar cinco vezes antes de ir a jantaradas e saídas de grupo com facebookaólicos. Não aprecio particularmente a publicação constante de fotografias de tudo o que se come, faz e vive ao longo de todas as horas dos dias, mas isso é lá com cada um. O verdadeiro problema surge-me quando decido socializar menos por não querer perder o controle daquilo que é publicado sobre mim. E quando opto por ir acabo por me esquivar bastante às fotografias tiradas com dispositivos alheios, cuja futura utilização não posso controlar.
Nunca aqui proibi a utilização das imagens e textos que publico. Assumo todas as fotografias e todas as palavras. No entanto creio que cada um de nós tem o direito de escolher o que sobre si é publicamente exposto.
- Não quero que publiquem qualquer fotografia minha a menos que me mostrem primeiro e eu esteja de acordo, está bem?- costumo pedir sem rodeios, logo à chegada. Depois, é claro, fico fula e descomponho quem usa a minha imagem sem acatar o que pedi.
Afinal somos ou não donos e senhores da nossa imagem? Com que direito é que se torna pública, a torto e a direito, a imagem alheia? Custará assim tanto ter o cuidado de pedir licença para expor eternamente ao mundo inteiro algo que não é nosso para disponibilizar tão levianamente? Creio que não custa nada tentar refrear um pouco a sofreguidão de protagonismo e começar a pensar mais nas regras de ética e boa educação que as novas realidades virtuais implicam.

Ana Amorim Dias

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