(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

18.8.13

Almas livres

Livres

Normalmente vou sozinha. É como mais gosto. É a melhor maneira de viver aquele momento no seu mais cru esplendor:
A escuridão cristalina.
A passadeira em madeira.
O bafo das noites quentes.
E o mar em mim.
E eu nele.
Mergulhar na emoção.
Boiar com milhões de estrelas por cima.
Nadar no rasto com que a lua pinta o mar.
Ou apenas no breu.
E despir-me.
Despir-me de tudo.
Até ficar só uma essência nua de qualquer ego.
Nenhuma outra nudez é tão sincera e total. Nenhuma outra nudez é tão simbólica e libertadora.
Os solitários banhos noturnos no mar não deviam causar medo a ninguém. Nem deviam ter o peso daquilo que é estranho, raro, coisa de loucos.
Sempre que a noite me apanha, exultante, envolvida no apaixonante abraço do mar, volto a lembrar-me que quem conhece o poder libertador das próprias asas, desconhece a linguagem que nos proíbe de voar.

Ana Amorim Dias

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