(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

21.7.13

Regras

Regras

Ouvido na passadeira da praia:
- Oh mãe, mas porquê?-
- Porque não, são essas as regras!-

Isto é resposta que se dê a uma criança? Não faço a mínima ideia do que é que o puto estava a pedir. Seria uma bola de berlim? Caso fosse, a senhora devia ter respondido que iam almoçar e ele perderia a fome para comer o peixinho. Ou estaria ele a pedir que ela lhe comprasse os componentes para fazer uma bomba caseira? Nesse caso deveria ter explicado que ele colocaria a sua integridade física ( e alheias, certamente) em risco, o que não era de todo conveniente.
Fiquei com vontade de voltar para trás e segredar no ouvido do miúdo: "Põe em causa as regras que não te pareçam justas!". Se o tivesse feito teria aproveitado também para o instigar a colocar em causa a autoridade e sabedoria de quem faz as regras a que ele terá que se sujeitar pela vida fora. Seria uma irresponsabilidade da minha parte? Provavelmente. Talvez estivesse a despertar um monstro. Mas, por outro lado, também ninguém me garante que não estivesse a lançar as sementes para um futuro homem desperto.

Ana Amorim Dias

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