(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

24.5.13

Biografia de Eric Lobo - O aperitivo

Meus anjos, vou deixar aqui só um "niquinho" da biografia do Eric. Já me dizem se vão querer ler ou não!

Algures no capítulo 15...

"Fica calado. Está semi-catatónico e eu não percebo porquê.
- "Partir ou morrer", Eric. Não é este o teu lema?-
- Da lenda. Não da realidade.-
- Deixa de ser infantil! O Eric real é uma lenda e a própria lenda é real, está aqui, sentado à minha frente! -
- Se calhar estão todos a impor-me essa realidade.-
Como o animo? Afinal o que é que ele tem?
- Partir faz parte de ti, sempre fará. Não há nada que mude isso! Percebo que talvez te sintas um pouco só no meio de tudo isto e até entendo que possas sonhar, por vezes, com a tradicional vida de pai de família ou com um relacionamento duradouro, mas já pensaste na forma como isso te amputaria os planos? Já pensaste que se tiveres agora uma mulher para estar ao teu lado o resto da vida, ela não iria aceitar que partisses para uma viagem da qual há fortes probabilidades de não voltares?-
- E depois? Eu sou racional o suficiente para alterar os meus planos, adaptá-los, não ir. O amor a sério vale isso tudo.-
- Caramba, Eric: a história normalmente não é escrita por pessoas que ficam a ver a novela todas as noites de mãos dadas! Se desistisses dos teus planos o amor não sobreviveria porque em pouco tempo chegaria o arrependimento e, depois, o ressentimento. Já pensaste porque é que as mulheres que te amaram te deixaram partir? Porque não te podiam impedir, porque te amavam e não te queriam matar em vida. Mesmo a Patrícia, com toda a tristeza que ainda guardas do que aconteceu! Eu entendo-a bem, sabes? A mensagem que te mandou quando estavas no Canadá, a dizer que tudo tinha acabado... Eu entendo-a. Porque quando se ama muito, ou se consegue manter o outro sempre junto de nós, ou há que deixá-lo partir de vez para podermos saborear em paz o amor que lhe temos. -
- Tu és estranha!-
- Talvez, mas acredito no que digo. E um homem como tu fica facilmente debilitado por causa do amor. Quando vais entender que as mulheres te podem roubar a força?-
- Isso não se pode roubar.-
- Bolas!-
- O que foi?-
- Nada, acho que nunca antes tinha compreendido a metáfora do canto das sereias como a estou a entender agora. Podes pensar que uma mulher que ames não te rouba as forças, mas se te desvia dos teus planos e da tua missão... (...)
- Onde é que tu andas?-
Apanha-me a divagar e estranha a ausência do meu foco em si.
- Hã? Desculpa. Que dizias?-
- Perguntava se já te chega de café!-
Provoca-me gargalhadas.
- Sim, a dose diária foi cumprida, muito obrigada.-
Ele pesquisa o IPhone.
- Amanhã vai estar bom tempo, o que queres ir conhecer?-
- Mónaco? Cannes? Ou não te apetece ir tão longe?- esqueço-me que estou a falar com a pessoa que vai "ali" a Kiev ter com os amigos quando tem saudades.
- Para ir de mota deve ser desconfortável para ti, até porque à noite vamos jantar a casa do Bernard e fica para o outro lado...-
- Nesse caso vamos de carro, ou escolhemos outro destino, não há problema nenhum.-
- Vamos, então?-
- Sim, mas tens que me prometer uma coisa!-
- Diz.-
- Leva-me a um sítio que tenha uma mesa de matraquilhos. Vou derrotar-te!-
Saímos do café. Eu com um ar muito sério e ele a rir às gargalhadas. (...)

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