(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

3.3.13

Por quem vives?

Por quem vives tu?

E então, na apoteótica escuridão, ele disse que morreria por ela. E ela acreditou. Porque era verdade. Ali e então, ele teria mesmo morrido por ela.

Assim de repente lembro-me de algumas pessoas por quem morreria. Mas se morrer por quem se ama, por quem se ama mesmo, nos é uma premissa inata, por que raios viver por quem se ama é tão mais complicado? A morte é curta. Sofrida ou não, é um simples parar tudo, que nos devolve ao etéreo. Viver é mais lixado. Viver é todos os dias, cada momento, cada segundo. E isso é impossível fazer por quem quer que seja, por mais se ame para lá do que as palavras possam explicar.
Por quem morreria? Por dois tenho a certeza, o resto não sei, teria que viver uma daquelas cenas de filme para perceber à frente de que corpos usaria o meu como escudo. Por quem vivo? Por tantos, tantos seres. E por mim. Vivo para dar e receber. Um pouco de tudo. Um pouco de todos.

Ana Amorim Dias

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