(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

2.9.13

Posso deitar-me contigo?

- Posso deitar-me contigo?-
- Claro que sim, meu amor!- como conseguiria resistir àquela vozinha doce e olhar amedrontado? - Vá, mas toca a dormir!
Alguns minutos de silêncio.
- Mãe? Que barulho foi este?-
- Os gatos.-
- Não, mãe! Estas pancadinhas, não ouviste?-
- Sei lá, deve ser o teu irmão no quarto dele.-
Fiquei incomodada por senti-lo com medo. Impôs-se uma pequena conversa.
- Óh João, tu sentes que eu tenho medo?-
- Não! Tu não tens medo!-
- Então porque é que tu tens medo? Não te sentes seguro ao pé de mim? Não sabes que aqui ninguém te faz mal? -
- Sim, eu sei... Mas às vezes tenho sonhos maus...-
- Ohh, meu bébé!- abri um abraço e aconcheguei-o bem junto ao meu peito.-
- Tens razão, agora ninguém me faz mal, isso era "entigamente", não é?-
- Sim, meu anjo. Isso era "entigamente"...
Adormeceu num instante, e eu fiquei a vê-lo dormir no meu abraço enquanto pensava em todos os mistérios da(s) vida(s).

Ana Amorim Dias

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