(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

5.2.13

Intrépidos exploradores

Intrépidos exploradores

- Olhem como ela é linda, meninos! Chora e ri ao mesmo tempo!- Diz o Ricardo aos nossos filhos.
A eles passa-lhes ao lado. Como crianças que são também abraçam despudoradamente todas as emoções, por isso em nada me estranham.
Como se pode chorar e rir de uma vez só? Como se pode rir do choro ou chorar de tanto rir? Mais: como se pode envergar o sorriso curado, condescendente e desafiador depois de a vida ter gozado connosco? Como se pode colocar a traquinice inocente num olhar que se recusa a abandonar um brilho eternamente entusiasmado com o que virá depois? A resposta é tão simples que chega a passar-nos ao lado: passamos a ser capazes de tudo quando nos assumimos como intrépidos exploradores de nós mesmos.
Já conquistamos novos mundos, o espaço, as profundezas dos oceanos e continuamos hesitantes na mais desafiante aventura porquê? Será o nosso interior tão assustador que nos faça suspeitar que não seremos capazes de lidar com o que vamos lá encontrar?
Não me restam dúvidas: os aventureiros mais corajoso são os que sabem ir ao fundo de si. E ficar lá, fieis ao que encontram mas, ainda assim, comprometidos com uma reinvenção constante que os faz envergar um sorriso reguila e trocista perante as tempestades vindouras.

Ana Amorim Dias

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