(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

3.8.13

A lição de hortelã

A lição da hortelã

Um amigo recente fez-me descobrir mais uns quantos truques do ofício de barman. Espero que ele não se importe, mas vou partilhar um convosco.
Explicou-me ele que, para intensificar o sabor e odores da hortelã basta colocar algumas folhas numa mão e, com a outra, dar-lhes uma valente palmada.
Experimentei cheirá-las antes e depois e, como poderão comprovar, a decidida palmada intensifica realmente as suas propriedades.
Como seria de esperar lá fiquei a pensar no caso. Será que as outras ervas aromáticas também se intensificam à chapada? E nós? Seremos como folhas de hortelã, libertando mais a nossa essência a toque de tabefes? Sei, porque também já comprovei, que quando a vida nos dá valentes chapadões mesmo em cheio, tendemos a aprender certas lições de uma forma inesquecível. Mas e a nossa essência? É ou não à chapada que liberta o seu sabor e odores? Será que é a pancada que a vida dá que nos torna mais conscientes, sábios e despertos? Tenho a leve sensação que tudo depende da atenção com que vivemos: quanto mais estamos abertos, curiosos, atentos e meditativos quanto ao verdadeiro sentido e valor relativo de tudo, menos a vida precisa de andar à chapada connosco para nos realçar a essência.
Obrigada João, por mais uma bela lição com cheirinho a hortelã.

Ana Amorim Dias

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