(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

23.3.13

E zumba!!

E zumba!!

Contra o que é meu costume, instalei-me no sofá para ver as notícias. Normalmente vou-me mantendo mais ou menos atenta, a uma distância minimamente segura, na secretária, protegida por atividades online executadas em vários dispositivos em simultâneo. Mas ontem sentei-me sem ter sequer os fones ao pé de mim, para fazer soar as minhas músicas quando a crise se instalasse.
Não demorou muito. Escassos minutos depois de ter iniciado a corajosa jornada, estava lavada em lágrimas, sob o olhar alarmado do meu filho mais velho a quem o pai tentou explicar a minha reação às terríveis notícias que todos os dias a crise nos traz.
Acabei por fugir para o meu porto seguro antes do final do jornal da noite. Mas pergunto-me: que raio de atitude é esta? Serei um rato desertor que não quer ver o navio a afundar? Ou apenas me protejo das energias deprimentes que podem muito bem arrancar-me todo o ânimo, inspiração e força de ação? Devo mesmo sentir-me culpada por não aceitar assistir de camarote a esta peça dantesca? Ou devo continuar a proteger-me numa redoma de trabalho constante em prol de algum rendimento e uma total alegria?
E então lembrei-me da Zumba! Daqueles momentos só meus em que a essência se entrega, ao mesmo ritmo que o corpo, a uma felicidade tão absoluta quanto suada. Ceder à pressão da crise e da depressão? Peço mil desculpas, mas não! Prefiro ceder à energia do Olimpo e zumbar. Prefiro ceder à luta de tentar criar mais trabalho e rendimento, sem esquecer que o dinheiro não é a felicidade, é apenas uma das muitas condições que propiciam uma existência feliz.

Ana Amorim Dias

Sem comentários:

Enviar um comentário