Quem faz de nós Peter Pan(s)
Costuma pensar-se que quem gosta deve lutar pela presença constante do outro. Costuma sentir-se a posse como sendo a outra face do amor. Costuma encarar-se a moldagem do outro à imagem dos próprios desejos como uma decorrência natural das relações.
Mas o cume do crescimento emocional não se compadece de costumes e não se atinge com a cedência aos dogmas relacionais instituídos nem com a patética rendição ao teorema da posse.
Gostar de verdade de alguém implica um altruísmo que, embora pouco frequente, começa a ser sentido por muitos. Se gostar muito é fácil, gostar bem é tremendamente difícil...mas só até se aprender como.
Gostar bem é desenvolver todos os esforços para manter a genuinidade do outro.
Gostar bem é manter bem abertas as janelas que permitem que o outro se descubra e construa.
Gostar bem é proporcionar o brilho ao outro, mesmo ao longe.
Gostar bem é aceitar, perdoar, orgulhar.
Gostar bem é conseguir dar ao outro o céu inteiro para que volte a saber voar com a inocente e sonhadora traquinice de Peter Pan...
E tu? Quem faz de ti Peter Pan?
Ana Amorim Dias
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