(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

19.2.13

O intervalo entre as nuvens

O intervalo entre as nuvens

Na minha primeira ida ao Brasil andei entre Salvador da Baía e o Rio de Janeiro. Sempre que numa das cidades havia bom tempo eu estava na outra. Apesar de, não sei muito bem como, ter conseguido fazer um pouco de praia a norte de Salvador e na praia do Leblon, a sorte maior aconteceu no momento da visita ao Cristo Redentor.
Enquanto o "bondjinho" me transportava para o cume do morro do Corcovado, as nuvens adensavam-se lá no topo. No entanto, na hora de ver a vista encantadora da cidade maravilhosa, o céu limpou como que por magia, permitindo-me o privilégio de degustar condignamente uma das incontáveis paisagens épicas em que este nosso Mundinho é pródigo. Mas o momento de vir embora chegou e, com ele, voltaram as cerradas nuvens, que me deixaram com dó dos turistas que não tiveram a mesma benção dos céus.
Apesar de já muitos anos terem passado desde esse dia em que o tempo se abriu num presente perfeito, lembro-me disto amiúde. Sempre existirão nuvens e sempre haverá céu limpo, bem como alturas em que a natureza, no momento certo, nos permite ver com toda a nitidez as mais belas paisagens.

Ana Amorim Dias

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