(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

7.2.13

Colinho

Colinho

Amanheci a pensar nela e nas maldades que a vida lhe fez. Contou-me no outro dia quando nos vimos pela segunda vez. Abriu o coração e chorou.
E eu, sentada no chão a seus pés, cingi-a com os meus grandes braços e deitei-lhe a cabeça no colo, num tipo diferente de abraço.
Ontem escreveu-me a agradecer o colinho que, na prática, foi um bocado invertido. Respondi-lhe que os colinhos não se agradecem e que a vida lhe há-de trazer tanto colo que vai compensar tudo o que já passou.
Que o colo cura não é novidade para ninguém. O que talvez nos esqueçamos é que podemos mesmo dar colinho a toda a gente, mesmo a quem mal conhecemos, desde que deixemos o instinto curador apoderar-se de nós. O que nem sempre lembramos é que o colo que damos surte efeitos invertidos e nos cura a nós também.

Ana Amorim Dias

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