Sempre que vejo aqueles cartazes que ensinam como se lavam as mãos, fico com a sensação que há alguém a gozar connosco.
- Mas que raio?!... – Penso. E quase fico tentada a procurar câmaras escondidas, preparadas para filmar quem siga os cinco ou dez meticulosos passos ( sim, porque há várias modalidades) para desencardir as mãos.
Estapanta-me até que ainda não seja obrigatório termos um poster nas nossas casas de banho que explique, com desenhos e legendas ( proporcionalmente talvez uns quarenta passos, não?), como devemos proceder na nossa higiene integral.
Depois, mais um poster em cima da sanita e, porque não, outro em cima da cama, a explicar como se faz o amor.
Desculpem. Estou a deixar-me levar. O que quero dizer é que os livros de auto-ajuda me fazem lembrar esses cartazes de instruções. Precisamos mesmo que nos ensinem como se lavam as mãos? Precisamos mesmo que nos expliquem como se alcança o sucesso em todas as áreas da vida? Caramba! Todos sabemos que é metade trabalho e metade sorte! Ou talvez a proporção não seja bem esta, mas estão a perceber a ideia, certo?
Sei que às vezes, com o que escrevo, corro o risco de ”impingir” métodos de auto-ajuda, contudo limito-me a partilhar pensamentos e conclusões; a miha própria visão da vida. Não imponho as minhas fórmulas. Partilho-as. Com um objetivo apenas: pensar alto e fazer os outros pensar. E chegar às suas próprias conclusões.
Parece-me que os livros de auto-ajuda se transformaram nas Biblias e Corões dos tempos modernos. Com áreas, temáticas e estratégias para todos os gostos. O que não nos podemos esquecer é que cada pessoa tem os seus próprios métodos, que podem não funcionar nos outros. O que não podemos esquecer é que ninguém chega ao mundo com livro de instruções: temos que ir experimentando, acertando e falhando para saber como nos ajudar a nós próprios. Porque, afinal, todos sabemos lavar as próprias mãos, não é verdade?
Ana Amorim Dias
Sem comentários:
Enviar um comentário