(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

10.3.12

O ramo


    Há dias recebi um mail de alguém que está muito longe. Pedia-me que, no dia de hoje, colocasse em seu nome, um bonito de ramo de flores na campa do meu pai. Assim fiz.
    Não gosto de cemitérios e evito lá ir porque, na minha singela opinião, quem já partiu não é lá que se encontra. Quem já não está connosco com o corpo, está presente onde quer que batam os corações de quem ainda ama e recorda.
  No primeiro aniversário do meu pai a que o aniversariante faltou, renovo a certeza de que a   presença mais importante não é a física: é a que fica gravada nos outros em forma de memórias inolvidáveis e sentimentos insubstituíveis.
  Já mandei o mail a esse alguém que está longe, a dizer que o lindo  ramo foi entregue. Ao escrever, um emocionado arrepio percorreu-me o corpo enquanto algumas das palavras me saíram com aspas:  “Obrigado. Obrigado pelo amigo fantástico que foste e continuas a ser, Vítor!”
Ana Dias

Sem comentários:

Enviar um comentário