(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

Dia de Buda

Estive há uns dias com uns amigos que chegaram recentemente de uma viagem  à China, Macau e Tailândia. Ri-me com gosto quando, ao perguntar-lhes com malicia se a Tailândia tinha correspondido às suas expectativas, me responderam com um desânimo indignado:
- “ Fomos lá de passagem e era o dia do Buda!!”
- “ Hã?” – Eu já podia antever o que aí vinha, mas quis ouvir a explicação!
- “ Estava tudo fechado! Tudo, tudo, tudo!
  Comecei a rir. – “ Nem bares, nem copos, nem umas massagenzinhas??”
- “ Nada de nada! Ninguém trabalhava, absolutamente ninguém!”  - Responderam-me, com um certo amuo na voz!
  Passei o resto da tarde a meter-me com eles por causa do dia do Buda e, agora que penso nisso, vejo que há algo a dizer…  Todos nós já batemos com o nariz na porta, já vimos planos falharem, compromissos serem desmarcados, fizemos viagens em vão… Todos já tivemos, muito mais do que uma vez,  o nosso dia do Buda: em que a vida parece apostada em gorar-nos as expectativas! Mas será que estivemos com atenção?? Será que vimos todo o encanto e potencialidades que existem no “dia do Buda”??  Porque, da mesma forma que os meus amigos podiam ter tirado o maior partido pelo facto de estarem  num dos  mais emblemáticos dias de um país distante, também quando o destino nos “troca as voltas” às expectativas, podemos transformar esse revés da fortuna em pura fortuna!  
   Porque é que, de cada vez que batermos com o nariz na porta ou os nossos planos forem alterados por exteriores condicionalismos, não encaramos isso como um bálsamo de sabedoria da vida? Porque não encaramos isso como uma fonte inesgotável de novas perspectivas, oportunidades e desafios?  Porque não encaramos essas “pedras no caminho” como um fantástico presente… um dia de festa… o dia de Buda… ?
Ana Dias

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