(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

20.12.11

Instintivo


      Não sei quem foi que uma vez me disse que sabemos guiar bem um carro quando o fazemos sem pensar.  Faltas de jeito à parte, sinto-me inclinada a concordar quanto ao facto de não se dominar  a arte da condução  enquanto ainda se pensa como conseguir fazer o ponto de embraiagem. 
O que seria de nós se, de cada vez que nos sentamos ao volante, tivéssemos que nos abstrair de tudo e pensar apenas na próxima mudança a meter ou em levantar gentilmente um pé enquanto pressionamos o pedal com o  outro?     O  que seria de nós se estivéssemos constantemente a pensar em pôr um pé à frente do outro para andar, ou na direção que a  mão tem que levar para conduzir o garfo à boca?
   Será que  quanto mais as nossas ações são comandadas pelo instinto mais perfeitas saem? Será que as decisões são mais acertadas quando as tomamos sem perder muito tempo em pensamentos e pesagens?
   Acho que às vezes pensamos demais e isso impede-nos de viver melhor.  Por isso, da próxima vez que tivermos o impulso de abraçar, beijar ou dizer a alguém o quanto o/a amamos… porque não seguir o instinto?
Ana Dias