Não sei quem foi que uma vez me disse que sabemos guiar bem um carro quando o fazemos sem pensar. Faltas de jeito à parte, sinto-me inclinada a concordar quanto ao facto de não se dominar a arte da condução enquanto ainda se pensa como conseguir fazer o ponto de embraiagem.
O que seria de nós se, de cada vez que nos sentamos ao volante, tivéssemos que nos abstrair de tudo e pensar apenas na próxima mudança a meter ou em levantar gentilmente um pé enquanto pressionamos o pedal com o outro? O que seria de nós se estivéssemos constantemente a pensar em pôr um pé à frente do outro para andar, ou na direção que a mão tem que levar para conduzir o garfo à boca?
Será que quanto mais as nossas ações são comandadas pelo instinto mais perfeitas saem? Será que as decisões são mais acertadas quando as tomamos sem perder muito tempo em pensamentos e pesagens?
Acho que às vezes pensamos demais e isso impede-nos de viver melhor. Por isso, da próxima vez que tivermos o impulso de abraçar, beijar ou dizer a alguém o quanto o/a amamos… porque não seguir o instinto?
Ana Dias