Robustez
Tenho uns amigos que se continuam a rir com o episódio, depois de tantos anos. Eu estava atrás do balcão do Piratas e, com duas canecas em cada mão, virei-me de uma maneira estranha. Não sei com fiz aquilo mas devo ter tropeçado e caí, com muito estrondo, como uma sequoia gigante.
À força de tanto recordarem a queda da grande sequoia, lembraram-me do jogo infantil: "se fosses um animal, que animal eras?" , "Se fosses uma máquina, que máquina eras?" e por aí fora.
Mal vi esta fotografia foi quase como ver-me ao espelho! Uma viagem sozinha naquele volante? Era até ao cabo do Mundo! Exatamente como faço comigo: sigo-me até ao fim, sem sequer olhar para trás.
Olho de novo. Admiro a robustez da máquina, quase assustadora, e percebo que sim: mesmo quando a vida me quis fazer sentir como um triciclo de plástico comprado nos chineses, eu no fundo sabia que era um peso pesado e que a estrada estava mesmo ali ao meu lado, à espera de que eu a percorresse com toda a minha potência.
Resta um pequeno "senão", que é o de gastar muito. Mas não é preocupante. Sei que por todo o lado há estacões de combustível com aquilo que me move.
Ana Amorim Dias
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