Eu já desconfiava! Já tinha fortes suspeitas que também pensava em forma escrita durante o enlevo do sono. Hoje ficou provado. As ideias, divagações e seus desenvolvimentos, também fervilham enquanto me encontro aninhada nos fortes braços de Morfeu.
E então acordei. Ouvia ainda a voz do Gonçalo a repetir algo que me disse este Verão enquanto esperava que eu fizesse mais umas quantas caipirinhas para ele levar para as mesas: - Vai, Ana, work your magic! –
Sei que “trabalho a minha magia” quando faço caipirinhas… e quando sorrio, e quando converso, e quando me entrego e viajo e penso e escrevo. Trabalho a minha magia como a trabalha toda a gende que está empolgada e sintonizada naquilo que está a fazer. Mas porque raios é que a magia não cobre a chegada do mail de uma editora capaz a dizer que quer publicar as minhas obras em edições de alguns milhares em vez de apenas quinhentos livros? Porque raios é que as pessoas certas não me lêem sequer uma obra? Viverei no sítio errado? Na altura errada? Não tenho os conhecimentos certos? Ou a magia não engloba tais campos?
Continuo a acordar para mais um dia. Ponho música a tocar. Levanto-me. E enquanto me preparo e vou gerindo a correria matinal, acabo por perceber que para um escritor tudo o que pode importar é conseguir trabalhar a magia de continuar a escrever, emocionado e feliz. Work my magic a fazer caipirinhas pode demorar breves instantes, mas a conseguir outras coisas… bem, aí, acordada ou a dormir, pode levar anos mas talvez acabe por produzir os seus efeitos.
Ana Amorim Dias
Os dados estão lançados, agora é um teste á sua preserverança.
ResponderEliminarBoa Sorte
Bj Luana