Não sei se sou só eu que tenho esta mania ou se os outros também “gastam” disto. É uma pergunta clássica, a que vou respondendo, desde a infância, das mais variadas formas. O que levaria comigo para uma ilha deserta? Mas a questão torna-se ainda mais lixada porque ( pelo menos era assim que o meu irmão a colocava ) só poderia levar uma coisa.
De vez em quando lembro-me disto. Bem sei que é mais um estranho devaneio, mas mesmo esses nos ajudam a perceber um pouco melhor a vida e a forma como a encaramos. Ao longo dos anos que me separam da menina “pequenina” que já fui, vários têm sido os objetos eleitos. Desde escova de dentes e pasta, a uma mala de livros ou álbuns de fotografias, passando pela minha fronha ou por um sistema de música alimentado com energia solar; já tudo me passou pela cabeça. Mas nunca ficava satisfeita com a resposta: como pode alguém escolher uma só coisa para levar? Por mais minimalista que eu consiga ser, era-me imprescindível, pelo menos, uma malita com direito a dez quilos como nos voos low cost! Em todos estes anos nunca consegui chegar a uma conclusão tão brilhante como a que me surgiu há uns dias. Se tivesse que ir para uma ilha deserta e apenas pudesse levar uma coisa, já sei o que levaria! A civilização! Ficava o problema integralmente resolvido porque além de ser, como todos os humanos, uma animal social, também não saberia viver sem a escova de dentes, os livros e a música; os meus filhos e as notícias, o protetor solar e a internet, e mais tudo o resto de que todos os dias preciso.
Moral desta estória? Para vocês não sei. Para mim, foi ter-me trazido a alegria de conseguir responder a uma das minhas inúmeras perguntas.
Ana Amorim Dias
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