A resposta do Shiva Pirata
Perguntei ao Shiva Pirata qual era a sua opinião. A resposta foi clara: "Claro que não perverteste ninguém! Estás louca ou quê, miúda?"
- Olhe, desculpe...
- Diga. - Virei-me para trás e rasguei o sorriso.
- É a senhora que faz as caipirinhas?
Era óbvio que sim, estava a fazê-las naquele momento.
- Sim, sou eu.
- É que eu não gostava de caipirinhas... até a minha amiga me dar a sua a provar. Pode fazer-me uma, por favor?
- Claro.
Espremi as limas, o açúcar e a cachaça, com a traquinice que os putos reguilas usam nas suas mais rebuscadas patifarias. Murmurei só para mim: "Ana Amorim Dias, a Pirata dos granizados de álcool, há vinte e dois anos a perverter abstémios..." Quase senti um leve reforço: e se a jovem senhora ficasse viciada em caipirinhas por minha causa? E se desgraçasse a vida e comprometesse o futuro devido ao novo "amor" que a minha mãozinha de barmaid a levou a descobrir?
Fui sentar-me ao pé do Shiva Pirata e confessei-lhe os
meus temores. "O que se faz com puro amor, nunca perverterá ninguém."
Gosto deste Shiva. Dá-me sempre boas respostas.
Ana Amorim Dias
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