Raízes
Não faço a mínima ideia de quem foi o senhor António Isidoro de Sousa. Nem me parece importante. O que realmente me interessa, na praça central de Viana do Alentejo, é o facto de ter sido o meu avô, José Albino Dias, a esculpir o busto do tal senhor.
- Aborrece-te a viagem, titia?- pergunto-lhe antes de partirmos, para ter a certeza que estou a fazer a coisa certa.
- Claro que não, querida! Adoro voltar às minhas raízes!- respondeu convicta.
O seu pai, meu avô, faleceu sem que nenhuma das duas tivesse oportunidade de o conhecer. Mas as grandes pessoas costumam deixar marcas no mundo. E costumam tocar, de maneira inesquecível, as outras pessoas. É por isso que eu e a titia conhecemos bem este José Albino Dias, cujas histórias ouvimos desde crianças. As suas marcas, deixadas no Mundo e nos outros, chegam até nós por fora com a mesma intensidade que as suas influências genéticas nos inflamam por dentro. São isto as raízes. É por isso que as procuramos para sempre.
Ana Amorim Dias
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