(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

6.5.13

Bagaço

Bagaço

No meio das curvas o telefone toca. Ponho o auricular e atendo.
- Onde estás?-
- Entre São Brás e Loulé.-
- Estou mesmo atrás de ti. Pára na próxima tasca para bebermos uma!-
- Combinado.-
Começo a cantar com a música do Indiana Jones.
" Parar na tasca, parar na tasca, pra beber minis, pra beber mi-i-nis..."
Olho para o lado e vejo a titia com um ar muito preocupado.
- Ana! Não é perigoso?-
- E porquê? É só uma!-
Paramos na tasca seguinte e peço três. Para mim, para a titia e para o Ricardo, que está mesmo a chegar.
- Não, não! Eu não quero!- Diz a titia aflita.
Já não vai a tempo.
- Ah... É cerveja? - pergunta ela ao ver as garrafinhas.
- Pensavas que era o quê?-
- Bagaço!-
Farto-me de rir. Pelos vistos na Holanda, além de não haver sol também não há Minis!!
Momentos depois, quando entro para o carro, reconheço a sorte de viver onde vivo... e de ter quem venha, no carro de trás, em constante desafio.

Ana Amorim Dias

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