- Diz-me lá, achas isto normal? – pergunta-me, sobre o comportamento de alguém.
Fico em silêncio uns segundos. Escolho a verdade.
- Mãe… eu sou a última pessoa a quem deves perguntar se algo é normal! -
- Pois… -
Não acho normal a crueldade. Só isso. A natureza e os animais não são cruéis, não com malvadez pelo menos. Porque o consegue ser o Homem? Sim, tirando o que nasce da crueldade, não vejo os comportamentos como anormais. Tirando quem é movido pela crueldade, não me parece que haja pessoas inaceitáveis. Claro que há individuos com fortes transtornos mentais que fazem coisas horríveis, mas esses vou deixá-los de baixa nesta crónica, por motivos de doença.
Não julgar é mesmo bom. Liberta-nos. Torna-nos coerentes. Faz-nos melhores. Arranca-nos à mesquinhez.
Podemos não aceitar certas coisas, mas se acaso tivermos a capacidade de pelo menos as tentar entender, nasce em nós uma capacidade enorme de perdoar. E esta é a única fórmula para nos sabermos perdoar a nós mesmos.
Ana Amorim Dias
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