É impossível que alguém fique indiferente ao que se está a passar de novo entre Israelitas e Palestinianos. Tanto a proximidade geográfica ( hoje em dia tudo é ao nosso lado) como a proximidade humana (chama-se amor ao próximo, mesmo que desconhecido) nos levam a lamentar que, em pleno pináculo do desenvolvimento do Homem ( que é sempre hoje), se continue a viver o pavor horripilante da guerra.
Não sei quais são as questões que os outros colocam, mas a pergunta que me faço é: como se muda o interior odiante de cada uma daquelas pessoas? Como se reprograma cada indivíduo de forma a não sobrar mais ódio nem quem o instigue? Com uma leitura superficial destas palavras até podem ponderar: “ coitadinha… não está a ver bem as coisas…”, por isso deixem-me avançar um pouco mais.
Em todos os conflitos há duas partes culpadas. Em todas as desavenças, individuais ou coletivas, há acertos e disparates de parte a parte. Ambos os lados são sempre mártires e ambos detêm também boas doses de razão. Este caso não é exceção e sei do que falo pois muitos dos telejornais da minha vida, quase desde que me lembro, me trouxeram imagens e relatos dos resultados deste ódio visceral que há tempo vive nas gerações daqueles dois povos. Como pode deixar de haver ódio depois de tudo o que já fizeram uns aos outros? Não sei. Só sei que se o ódio não morrer, morrem eles de ódio. Literalmente.
A minha abordagem é simplesmente diferente. Improdutiva talvez, mas exposta com a autoridade de quem sabe o que diz. É quando abrimos a mão e entregamos, de coração limpo, aquilo que nos é mais querido, que a vida se encarrega de nos trazer tudo de volta. E mesmo que não traga, mantemo-nos ricos, porque o ódio não habita em nós.
E, só para terminar, mais uma opinião: não há nada que justifique que tanta gente viva naquele pavor; fomentar o ódio só dá merda e dar largas à violência apenas serve para tornar o fenómeno mais global. Não sei como se reprograma o interior dos outros seres humanos para a tolerância e perdão, apenas sei que é possível! Tem que ser!
Ana Amorim Dias
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