Sempre que me enviam currículos, leio-os com atenção. Percorro as listas descritivas da formação, experiência profissional e outras capacitações, sempre na expetativa de encontrar a listagem dos pontos do Planeta já “tocados” pela pessoa em questão.
Mas nunca me fizeram o gosto. Nunca ninguém me enviou o currículo com a lista que considero mais importante. E o pior é que não entendo o porquê de se continuar a desvalorizar a formação mais considerável que qualquer indivíduo pode ter.
Pessoas viajadas são indiscutivelmente mais ricas do que as que permanecem nos confinados limites geográficos do dia-a-dia comum. Quem viajou investiu. Investiu em si sob todos os pontos de vista possíveis. Quem viajou superou-se de alguma forma; quis mais; experimentou; sentiu; arriscou; aprendeu; evoluiu. Foi tocado por todos os locais que os seus pés calcorrearam e voltou diferente, a olhar com novos olhos e a reagir aos estímulos com reações mais grandiosas.
Continuo a receber currículos, sempre à espera da lista mais importante. Aquela que me pode revelar se estou perante alguém que me conseguirá surpreender graças aos horizontes que já decidiu alargar.
Porque quem mais viaja e se deixa tocar pelos locais que tocou, terá para sempre a vantagem de ser, pessoal e profissionalmente, maior.
Ana Amorim Dias
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