Entro no carro e arranco em direção à meia de leite. Os contornos quentes e luminosos da manhã, a par com a voz da Ana Carolina, trazem-me memórias bons de tempos passados. Uma lágrima solitária desprende-se de mim ao recordar coisas vividas que já não voltam mais.
Mas, algures a meio dos três quilómetros e seiscentos metros que me separam da civilização, percebo que a solitária lágrima não precisa de ser de tristeza; entendo que a nostalgia que se sente pelo que de bom já se viveu pode muito bem ser trocada pela euforia que, com alguma sabedoria, podemos trazer à vida em cada dia.
E foi assim que, antes que a solitária lágrima secasse, fiz dela uma lágrima de alegria. Por tudo o que já fui e vivi mas, sobretudo, por tudo aquilo que agora sou e ainda me falta viver.
Ana Amorim Dias
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