Como a professora do João avisou que no dia da criança ia precisar de faltar, armei-me em heroína e convidei dois amiguinhos para virem passar o dia com ele. Afinal estava a ser solidária com outras duas mães e daria aos miúdos um dia inesquecível. Percebi rapidamente porque é que o Diogo e o Jorginho são os melhores amigos do meu filho mais novo: tal como ele são uns pestinhas encantadores…
Confesso que o dia da criança demorou um bocadinho a passar. Por volta da uma tarde eu já tinha repetido certas frases umas boas dezenas de vezes: “ Gritem mais baixo!”; “ Não assustem as galinhas!”; “ Nada de atirar pedras à colmeia!”; “Deixem alguma água na piscina!”; “Não espalhem pipocas no chão!”; “Cuidado para não salterem disparados da cama elástica!”… E os estupores, como é óbvio, faziam ouvidos de mercador e continuavam nas suas convictas e inadiáveis atividades.
Ocorreu-me que mantê-los em casa, com canais infantis e playstation, seria muito mais fácil do que andar atrás deles feita louca nos largos hectares cá da quinta, mas os maganos só se contiveram entre paredes durante pouco mais de uma hora. Garanto que ontem perdi uns dois quilos!
Mas não posso negar que me deu grande prazer formar neles estas memórias de mais um dia feliz. Embora ninguém me tire da ideia que as mulheres entraram no mercado de trabalho para fugir ao cenário dantesco que os filhos conseguem instaurar em casa, não há nada que dê mais prazer a uma mãe que ouvir, ao fim do dia, que “ Este foi o melhor dia de sempre! “
Ana Amorim Dias
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