Ontem à noite estive a ouvir boleros com o meu pai. Com o homem que me ensinou a ouvi-los e a senti-los bem cá dentro. Há já algumas semanas que não o recordava tanto. E nem sequer fiz de propósito. Apenas liguei o youtube no telefone e comecei a ouvir boleros, essa fórmula musical que me está gravada nos genes talvez por influências paternas. Fui ouvindo e sentindo. Sentindo que o amor que não morre. Porque há amores que não desfalecem na ausência.
Lembrei-me que já criei uma letra em que, na segunda frase do refrão, escrevi isso mesmo: “vou amar-te num bolero”. Se a procurarem no youtube, verão que a canção “Dar-te música” do meu amigo Ricardo Sousa, fala sobre um tipo diferente de amor; daquele entre homens e mulheres que vivem apaixonados. Esta crónica não fala disso. Hoje estou a falar de algo muito mais abrangente e que é fundamental ter presente: há mil tipos de amor e milhões de pessoas para amar; o amor é mesmo maior que a vida porque não morre na morte; e sim, é o amor que nos move!
Ontem estive a ouvir boleros com o meu pai. E sei que vou amá-lo sempre, em qualquer bolero que oiça.
Ana Amorim Dias
Sem comentários:
Enviar um comentário