Imagina que aterravas em território inimigo. Imagina que, aos olhos deles, eras um invasor. Mas imagina também que os inimigos eram poucos e que podias dominá-los se quisesses. O que farias?
Quando pensamos em inimigos temos a visão de pessoas a quem queremos mal e que nos querem mal a nós também. Mas isto podem ser apenas distorções da realidade. Se invadimos um território, é natural que não nos vejam com bons olhos e desejem a nossa partida. E se nos sentimos ameaçados, também é normal que vejamos como inimigos as fontes dessas ameaças.
Como derrotamos o inimigo? Fazendo-lhe mal? Liquidando-o? Tenho uma opinião contrária que talvez faça de mim uma pessoa muito estúpida. Ou talvez apenas ingénua. Ou, quem sabe, com vocação para a santidade. Não sei. Apenas sei que o inimigo não se derrota com a guerra e a aniquilação. A única forma lógica, válida e verdadeira de se acabar com o inimigo é fazendo-o entender que somos humanos, como ele. A única maneira de acabar com o inimigo é dando-lhe tanto amor que acabará por se entregar ao único tipo de rendição absoluta que existe: a de nos aceitar e amar de volta.
Ana Amorim Dias
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