Quando duas pessoas não se dão bem, normalmente põem as culpas uma na outra. É raro ouvirmos alguém dizer : “Ele é uma pessoa espetacular, mas o meu feitio não se coadunava ao dele. ” ou “ Terminámos a nossa relação porque eu não tenho capacidade para lhe dar toda a entrega de que ela precisa.”
Ao longo da vida vamos somando relacionamentos de toda a espécie; familiares, laborais, amorosos, de amizade, e por aí fora. Uns são mais fáceis e dão-nos a entender que somos pessoas funcionais e bem integradas, e outros, mais difíceis, vão servindo para aprendermos as mais variadas lições.
Às vezes pergunto-me como seria o Mundo se cada indivíduo aceitasse a sua responsabilidade no tipo de relação que mantém com cada pessoa com quem se relaciona… Já imaginaram? Mas o que me parece mesmo mais importante é que cada um assuma um facto fundamental e extremamente óbvio. Há apenas uma pessoa com quem temos forçosamente que nos relacionar desde o princípio até ao fim dos nossos dias: nós mesmos. O que parece já não ser assim tão óbvio é a relação direta entre a forma como nos damos connosco e o modo como nos relacionamos com os outros. E tenho a certeza que quem se dá mesmo bem consigo mesmo, não precisa de se esforçar muito para fazer funcionar bem todos os outros relacionamentos.
Ana Amorim Dias
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