Deixo-me convencer a passar o dia na praia. Com direito a sombrinhas, lancheiras a abarrotar de comida, raquetes e pranchas de bodyboard. Felizmente só lá consegui chegar à uma tarde. Mas mesmo assim estou morta. Muito, muito morta!
Neste dia intenso e repleto de brincadeira, sal e sol, descobri algo que já andava a suspeitar: tenho um vício incontrolável! Alguém que me informe, por favor, se conhece algum grupo de apanhadores de conquilhas anónimos! É que nem quero saber se as vou comer ou não! O simples facto de andar a dar à perna à beira mar e caçar as bandidas que, esquivas, se esgueiram ondas fora, é algo inexplicável. Quanto mais apanho, mais viciada fico…
Mas as descobertas do dia não se ficaram por aqui. Andava o Tomás com os amigos, a apanhar umas ondas, quando decidi juntar-me a eles.
- Não liguem muito à minha mãe – Avisou logo aos amigos. – Ela é meia marada. –
O certo é que a minha prancha deslizava mais que as deles. Dei-lhes um “bailinho” tão jeitoso que acabaram por desistir, não sei se envergonhados pela derrota se pelo facto da “cota” se estar a divertir como louca.
Mas a história tem moral. É que, disse-me o Tomás, as ondas têm que ser apanhadas no momento certo! E claro ( confessem lá que já sabem ), pensei logo que com a vida é a mesma coisa: se apanhamos a onda na hora certa, chegamos muito mais longe.
Por agora já vou indo porque, como ainda agora dizia: estou morta. Muito, muito morta!
Ana Dias
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