Comecei por lhe mandar um mail. Enorme. Sentido. Escrito com um propósito muito bem definido. Duvidei que ela me respondesse porque não a conhecia e estava a meter-me na vida dela, mesmo assim. Ela respondeu-me. Com um mail longo e sentido. Não me levou a mal porque percebeu que, se me quis meter onde não era chamada, o tinha feito com as melhores intenções.
Isto aconteceu há três meses. Três meses em que nos fomos conhecendo através dos mails quase diários que nos habituámos a trocar como uma mágica terapia para a alma.
Hoje ela faz anos, esta minha amiga que tanto adoro. Ela ligou-me há dois dias:
- Parva! Fizeste-me chorar! – Começou, mal me ouviu do outro lado da linha.
- Um choro bom, espero!-
- Pois! Primeiro vieram entregar-me uma encomenda para mim. Abri e vi o teu livro. A frase da capa fez-me logo chorar… Depois li a tua dedicatória e chorei outra vez!
Mandei-lhe o “ Histórias do (A)Mar” pelo correio para o local de trabalho. Queria surpreendê-la com uma prenda de anos. E, depois do telefonema dela, fiquei a pensar como se gosta assim de alguém com quem só se partilhou uma hora cara a cara. Porque me arrepio ao sentir o amor que lhe tenho? Estaremos a juntar-nos aos seres humanos desta nova era que já sabem que se pode amar tanta gente quanta a que no nosso coração caiba?
A ti, minha amiga adorada, um enorme beijo de feliz aniversário!
Ana Dias
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