Desliguei o telefone com um sorriso. Não falávamos há alguns meses, mas despediram-se com as frases que desde há tantos anos usam – Adios, hija mia. Volta depressa! Sabes que a nossa casa é tua. –
Sempre que o Luis e a Luz me ligam, da sua casa em Medellin, Colômbia, intensificam-me a alegria de saber algo que nunca esqueço. Que sou amada em vários pontos do Mundo. Que lhes deixei a mesma marca de amor que também eles gravaram em mim.
Mas o dia de ontem teve outros reencontros telefónicos e cibernáuticos de valor inestimável. Várias pessoas que amo, e que há muito tempo não vejo, contactaram-me… como se o facto de eu me andar a lembrar mais delas lhes tivesse despertado algum sexto sentido que lhes criou a vontade de me ouvir a voz.
E de repente percebo que talvez existam ondas invisíveis que dão a volta ao mundo em instantes breves mas intensos. Ondas que, como uma mágica brisa quente, percorrem continentes e mares e tocam no ombro de quem está longe, sussurrando o nosso amor e lembrança. Quem sabe se todas as pessoas de quem me tenho lembrado não “ouviram” o meu doce pensamento, através do misterioso fio que nos une?
Ana Dias
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