Devo ter herdado da minha mãe esta mania de fazer palavras cruzadas e sudokus. O sudoku, por exemplo, é uma charada matemática em que os números se têm que ordenar de uma única forma possível, e é bastante agradável pela sua capacidade de nos fazer desligar o pensamento de tudo, restando apenas, a ecoar na nossa mente, um raciocínio numérico e apaziguador.
Como em quase todas as minhas paixões, também nas fases “sudokuscas” mais intensas que por vezes atravesso, torno-me de tal forma compulsiva que tenho que ter revistas de sudokus, no quarto, na sala, no carro, no escritório e até nas casas de banho…
Mas perdoem-me pois estou a alongar-me demais para vos transmitir o que pretendo. É que o sudoku ( e quem o faz comprovará que é verdade) costuma ter quatro níveis de dificuldade, normalmente assinalados por estrelinhas. Há alturas que me apetece estar a fazer os mais fáceis, os que são “de caras” e que, para dar mais interesse, até costumo cornometrar. Mas, a maior parte das vezes, quanto mais difíceis são, mais prazer me dão! Ando às turras com os números, desenvolvo novos métodos, coloco todas as hipóteses, desespero e, finalmente, consigo: o sabor é tão melhor!
E é precisamente aqui que chego à ideia que vos queria apresentar. Já pensaram que os desafios que a vida vos trás podem ser como sudokus? Os fáceis, realmente, têm essa vantagem: são fáceis… facilmente concretizáveis e de agradável e pronta resolução. Mas quanto mais estrelas trazem os desafios da vida, mais eles nos deveriam dar um enorme gozo e sentido de realização. Porque, bem feitas as contas, é quando os sudokus da vida são difíceis, que percebemos que as nossas capacidades são muito maiores do que suspeitávamos. E é nesses que efetivamente evoluímos e nos realizamos enquanto pessoas racionais, inteligentes e preparadas.
Por isso, meus caros, da próxima vez que o “sudoku” vos pareça impossível de solucionar, inspirem-se, superem-se e… realizem-se!
Ana Dias
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