Benção
No dia do escritor percebo porque não sou outra coisa qualquer. Não poderia ser jornalista ou repórter. Demasiada emoção impede a imparcialidade. Vejo a jornalista da SIC a fazer o seu trabalho na Galiza, junto ao local onde o combóio ontem se acidentou, e pergunto-me como consegue ser tão profissional.
Sou escritora porque sinto. Sinto tudo. Sinto demais. O que já vivi e o que espero nunca vir a viver. Escrevo como quem faz algo que não se escolhe, que vem agarrado à alma, colado às células. Escrevo como quem explode por não saber manter lá dentro o que sente. Benção ou maldição? Benção! Mil vezes benção!
Ana Amorim Dias
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