Agora parece que é moda. Esgotam os mandatos e, não se podendo voltar a candidatar, viram-se para a Câmara do lado. Procuram apoios, forjam alianças, preparam as campanhas e, com alguma sorte e jeito, lá se instalam na vizinhança.
Sempre encarei as autáquicas como uma escolha que não deve depender muito da cor política de cada eleitor. Trata-se de um caso à parte em que, mais que a esquerda ou direita, o que deve importar são questões como as capacidades e projetos do candidato e, sobretudo, a sua ligação à autarquia. Ora é exatamente neste último ponto que toda celeuma se me levanta: qual é a legitimidade funcional de se governar locais e gentes cuja realidade se desconhece quase na totalidade? Não é essa a essência que rege a própria existência do poder local? Ou será que pensam que a experiência adquirida ao longo dos muitos anos passados noutras Câmaras os prepara para tudo?
Descarto da minha escolha os candidatos que já esgotaram os mandatos na vizinhança e se vêm candidatar ao meu Concelho. Não que não lhes reconheça o valor pessoal e político, entendam-me, mas porque continuo a acreditar ( não sei muito bem como) que quem se candidata vem por bem, capacitado e decidido a resolver os problemas que são, acima de tudo, os problemas da SUA gente.
Ana Amorim Dias
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