Uma das grandes riquezas de viajar é a quantidade de pessoas que temos oportunidade de conhecer. Pessoas que passam fugazmente pelas nossas vidas mas que, ainda assim, deixam algo que nos enriquece e passa a fazer parte do patrimódio estupendo que são as nossas memórias.
Conheci a Dona Genoveva em Buenos Aires. Sentei-me ao seu lado no Café de Los Angelitos, onde fui jantar e ver um ( fabuloso ) espetáculo de tango. Ela estava com a nora a passar uns dias na capital argentina e, quando começou a responder às minhas investidas curiosas, fiquei a saber que aquela idosa peruana era uma pessoa especial. Na meia hora que passámos a falar, antes do show começar, descobri a sabedoria doce daquela simpática anciã.
- A vida é uma colcha de retalhos que vai ficando sempre maior… - Disse-me a certa altura. – E só nós é que podemos escolher a qualidade dos tecidos e as cores, mais ou menos alegres, que queremos usar! –
Não cheguei a saber se a Dona Genoveva tinha sido costureira. Apenas me ficou a lembrança do amoroso olhar com que me soube brindar… e a noção da responsabilidade pela colcha de retalhos que me cabe continuar a fazer.
Ana Amorim Dias
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