O meu filho mais novo é apaixonado pelo Bugatti Veyron. Há mais de um ano que o oiço dizer que o Veyron é o melhor carro do mundo e que quando for grande me vai oferecer um, mas só há dias, ao ver um prograva de tv, me apercebi que aquilo não é um carro e sim um avião rasteirinho. Segundo as informações do dito programa, o tal Bugatti vai dos zero aos cem em menos de três segundos e o seu preço é tão aflitivamente elevado que só os principes do petróleo lá chegam .
Não faço a mais pequena ideia de quanto tempo levam os meus modestos carros a chegar dos zero aos cem, e também não me importa nada porque raramente ando a mais de cento e vinte(!!). Não me interesso mínimamente por velocidades na estrada… e nem na vida, agora que penso nisso. O que me importa não é a quantidade de tempo que dispendo a chegar à minha velocidade de ponta, é a segurança, convicção e prazer com que o faço. O que me importa não é chegar ao detino, é saber para onde vou e conseguir apreciar a viagem. E tudo isto porque sei que há sempre o risco de não chegar lá. Assim sendo não é a velocidade que é relevante, nem tão pouco o tempo que demoramos a chegar à nossa velocidade mais veloz, que nos pode diminuir os reflexos e a capacidade de contornar obstáculos. O mais importante é termos a consciência da velocidade ideal para prosseguirmos a viagem da vida em direção ao que buscamos, com a certeza de conseguir fazê-lo em condições que nos sejam confortáveis e seguras. Existem perigos, surpresas e mudanças de planos que podem, a qualquer momento, mudar o curso da nossa viagem, e é por isso mesmo que me parece que mais vale um passo de caracol, constante e firme, do que a rapidez que nos pode conduzir ao estampanço na primeira curva mais apertada.
Ana Dias
Sem comentários:
Enviar um comentário