(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.2.12

O sábio homem


Quando conheci o Francisco não tinha como prever que estava perante um sábio homem. Não um Homem sábio, mas um ser masculino com uma sabedoria rara.
Da primeira vez que me falou, por acaso, da ex-mulher, denotei um carinho tão sentido que, por uma fração de segundo, quase julguei que ainda a amava.
O Francisco tem outra família agora, uma mulher que ama e dois filhos adolescentes. E tenho a certeza que é feliz… por ser sábio.
   Não teve filhos com a primeira mulher porque ela é um ser diferente, uma  alma nómada incapaz de se render como sedentária matriarca.
  Confidenciou-me que ela sempre soube qual era o preço da liberdade.
Um dia não resisti e perguntei-lhe o porquê do fim daquele casamento.
- Ninguém percebeu o divórcio porque nos amavamos muito. – Explicou-me em curtas palavras. – Só que o meu amor era tão grande que apenas o pude demontrar deixando-a  voar… -
Ana Dias

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