(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

25.1.12

De modo Tango a modo Samba



  De novo nas nuvens, regresso ao Rio, onde me aguardam para um lanchinho no Leblon. Enquanto me preparo para passar do modo Tango para a frequência do Samba, vou recordando alguns factos curiosos que me chamaram a atenção em Buenos Aires.
    As avenidas são larguíssimas e muitas delas de um só sentido. Grande parte da cidade é de desenho quadrangular ( tipo Vila Real de Santo António, mas um bocadinho maior), sendo que os edícios modernos estão, muitas vezes, lado a lado com estilos arquitetónicos que nos deixam com a sensação de estar em Paris. Os pombos são chatos e descaradões e as casas de banho femininas estão assinaladas com um “M” de mulher e não um”S” de senhora. Porque será?  É muito raro esperar mais de um minuto por taxi ou estar mais de trinta segundos sem ouvir algum piropo engraçado e decente. Ouve-se tango por toda a parte mas,  infelizmente, também se ouve o “ai se eu te pego” do Talló não sei das quantas ( alguém devia criar uma lei que impedisse que a dita música passe em sítios  públicos! ).  As livrarias são excelentes e a meia de leite vem sempre acompanhada por um copo de água com gás  o que,  após exaustivas e profundas considerações, continuo sem conseguir explicar!   Os homens cumprimentam-se entre si com um só beijo na face esquerda e só usam brilhantina quando vão dançar o tango. Os nativos de Buenos Aires são conhecidos como “porteños” e  são muito afáveis, mas falam com um sotaque tão cantado que demoram o dobro do tempo para dizer cada palavra.  As expressões mais usadas são o “dále” que significa ok, está bem, fica combinado e o “como no?”, que nada mais é que uma forma complicada que têm para dizer sim.   Muito mais há para contar, mas por aqui me fico… numa saudade enternecida por mais uma cidade que me conquistou.
Ana Dias
  

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